Meu Blog transformou escrever um hábito saboroso...eu sei que ultimamente tenho produzido bem pouco...é a falta de tempo e às vezes, de inspiração também. Mas, arrumar coisas legais etc, enfim interagir por este espaço tem se transformado numa tarefa agradável e de todo modo, vou aqui mostrando um pouco do meu jeito de ser e pensar. Não posto imagens de crianças, considero abusiva a exposição infantil por qualquer adulto, lembrando que elas não tem poder de consentimento para serem expostas. Continuo insistindo em selecionar o que for de meu agrado, mas espero que também seja do gosto de quem lê, acompanha o meu Bloguinho. Através do tempo, continuo sintetizando-me assim: insisto em praticar a fidelidade como princípio de vida; não sou doce, não sou submissa do mundo, sou dócil para quem eu amar e me amar também: o que acontece sem uma correspondência total e bionívoca não me atrai...prefiro emoções à matéria; não sou adepta de parcerias de coleiras, não estou em gôndolas, sou extremista e radical nas idéias; não sou deslumbrada nem deliro com impossibilidades, o que tenho me basta e me situa. Acredito no amor, sei que é o melhor presente da vida, por isso respeito quem eu amar, o amor que dou e o que recebo: para mim, submissão é sinônimo de amor sempre. Não invento alegrias falsas, sou naturalmente alegre e simples no meu jeito de viver. Neste mundo, dou-me o direito de curtir a quebradeira de um funk bom e não fico parada no batuque do samba. Uma das coisas que mais me incomoda é a falta de compromisso com tudo na vida, que muitas vezes se encontra por ai. Enfim, eis me aqui, sou assim: eu VIVO!


23 de jun. de 2011

Uma história de amor das mil  e uma noites...
Conta-se que era uma vez, num país distante, onde vivia um homem honrado, chamado Shariar, que era Rei e  já havia sido muito feliz, sem saber que sua esposa guardava um terrível segredo: apesar de fingir que o amava, ela na verdade estava apaixonada pelo servo mais indigno da corte. Certo dia, o Rei Shariar  surpreendeu o casal de amantes, num canto escuro do palácio e,  transtornado pela dor e pelo espanto, o soberano soltou um grito medonho; sacando de sua espada, cortou a cabeça da mulher infiel e do servo desleal.
Mais tarde, chega ao palácio, para visitar o rei, seu irmão, de nome Shazaman, que também era rei em outro local e ao saber do ocorrido Shazaman disse: _ Meu irmão, pouco antes de partir, a mesma coisa aconteceu comigo: encontrei minha esposa beijando um de meus servos e, como você, também puxei a espada e cortei a cabeça dos pérfidos.
Após a partida de Shazaman para seu reino, dias depois e Shariar ficou postado junto à fonte, contemplando as águas límpidas com um olhar pensativo. Fez por fim, um juramento terrível: Amanhã à noite vou me casar de novo, mas não permitirei que minha mulher desfrute os privilégios de rainha. Pois, quando o dia clarear, mandarei matá-la. Na noite seguinte tomarei outra esposa e ao amanhecer ordenarei que a eliminem. E assim hei de fazer sucessivamente até que não sobre neste reino uma única representante do gênero feminino.
Conta a história que assim foi feito e toda a noite, o Rei escolhia uma nova esposa e toda manhã mandava a infeliz para a morte; seus súditos viviam apavorados, temendo perder filhas, irmãs, netas e muitos fugiram para outros reinos...por fim restou nos domínios de Shariar uma só mulher disponível...Tratava-se de Sherazade, jovem de alta estirpe, filha do primeiro-ministro do soberano.
O pobre homem se encheu de pavor e tristeza ao saber que a filha estava condenada à morte, mas Sherazade, não se desesperou, pois se considerava mais sábia e esperta que todas as suas predecessoras, e junto com a irmã caçula elaborou um plano secreto...
Após a cerimônia nupcial, Shariar conduziu a esposa a seus aposentos, mas, antes de trancar a porta, ouviram ruidos de choro e então Sherazade disse ao Rei: Oh, Majestade, deve ser minha irmãzinha, Duniazade...Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história, como faço todas as noites. Já que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor, que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!
Sem esperar resposta, a jovem abriu a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou a narrar...Era uma vez um mágico muito malvado... e foi seguindo com a história... 
Bastante furioso, Shariar fez de tudo para impedir a narrativa; resmungou, bufou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoraram. Vendo que de nada adiantava sua estratégia, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o relato de Sherazade, meio distraído no início, profundamente interessado após alguns instantes.
Duniazade adormeceu, enfim, embalada pela voz suave da rainha. O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de aventura e romance descritas pela esposa...
Entretanto, no momento mais empolgante, Sherazade silenciou.  Shariar lhe ordenou que continuasse. Sherazade argumentou...Mas o dia está amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!
Ele que espere, declarou o rei. Shariar se deitou e logo dormiu profundamente. Despertou ao anoitecer e ordenou à esposa que concluísse o relato, mas não se deu por satisfeito...Conte-me outra!, exclamou. Sherazade sorriu e recomeçou: “Era uma vez...”. Novamente o sol adiou a execução. Quando Sherazade terminou, ele a mandou contar mais uma história. E assim a jovem rainha: conseguia postergar a própria morte. De dia o rei dormia tranqüilamente, à noite, acordava sempre ansioso para ouvir o final da narrativa interrompida e acompanhar as peripécias de mais um herói ou heroína e já não conseguia conceber a vida sem os contos de Sherazade, sem as palavras que lhe jorravam da boca como a música mais encantadora do mundo.
Dessa forma se passaram dias, semanas, meses, anos... E coisas estranhas aconteceram. Sherazade engordou e de repente recuperou seu corpo esguio. Por duas vezes ela desapareceu durante várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei tampouco lhe perguntou nada. Certa manhã ela terminou uma história ao surgir do sol e falou: Agora não tenho mais nada para lhe contar. Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noites?
Um barulho lhe chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu: Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode me mandar para a morte!. Mas quem entrou nos aposentos reais foi Duniazade, que ao longo daqueles anos se transformara numa linda jovem. Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando.
Sherazade então explicou...Meu amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer nossos filhos. Desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que nem percebeu nada...
Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera e olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de luz.
Contemplou a esposa e percebeu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela. Assim, escreveu a seu irmão e lhe propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla cerimônia, pois Shariar esposou Sherazade pela segunda vez, e os dois reis reinaram felizes até o fim de seus dias.
Assim contam, assim estava escrito...

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