A IMPORTÂNCIA DO RADIOAMADORISMO
A experiência do radioamadorismo é responsável pelo melhoramento de várias tecnologias e serviços presentes em nosso cotidiano, a exemplo dos sistemas de radiocomunicação empresarial, a telefonia celular e até mesmo o sistema de forno de microondas.
Além do papel tecnológico, o radioamadorismo também desempenha uma função social, atuando em situações de calamidade pública, como ocorrência de terremotos, inundações desabamentos, deslizamentos, incêndios florestais, epidemias, furações, secas, buscas e salvamento de aeronaves, embarcações e outras.
A União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência da ONU, composta por grupos de estudos específicos, dos diversos tipos de ferramentas de telecomunicações disponíveis atualmente no mercado, concluiu que o rádio é a ferramenta de telecomunicação mais eficaz em situações de emergência e catástrofe.
Distribuídos pelo mundo afora, há mais de 500.000 radioamadores, desempenhando atividades que a legislação internacional define como sendo de autoaprendizagem, intercomunicações e pesquisas técnicas, realizadas por pessoas devidamente autorizadas que se interessam pela radiotécnica, com finalidade estritamente pessoal e sem interesse por lucros monetários.
Radioamador é a pessoa que procura manter funcionando uma estação de radiocomunicação ou de rádio-cidadão, tanto para comunicados e conversas informais como para auxiliar as autoridades de Defesa Civil nas situações de risco e calamidades públicas, levando a comunicação aos mais longínquos lugares, onde muitas vezes, a sofisticada tecnologia de outros meios de socorro se torna inutilizável, diante do isolamento geográfico vivido após catástrofes naturais.
Em muitas situações assim, a transmissão por rádio, via Código Morse, é a única forma possível de comunicação.
O radioamadorismo é considerado um hobby científico com diversas modalidades, mas para a operação de um equipamento técnico de rádio é necessário ter uma licença especial, a qual, aqui no Brasil, é emitida pela ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações, e portanto, não é permitido a operação de uma estação de radioamador sem a devida licença: quem fizer isso poderá ser preso.
Tanto o Certificado de operador como a licença de funcionamento são obtidos com a realização de provas junto a LABRE – Liga de Amadores Brasileiros de Radio Emissão, sobre conhecimentos da Legislação pertinente ao radioamadorismo e/ou conhecimentos técnicos de radioeletricidade e telegrafia.
Existem três classes de radioamador: a mais elementar é a classe C, que opera só em determinada faixa de frequência. Quem tem habilitação na classe B, opera na freqüência da classe C e em outras também. Já a classe A é atribuída ao operador da B, após 1 ano da expedição do COER (Certificado de Operador de Estação de Radioamador) classe B e aprovado no teste de conhecimentos técnicos de eletrônica e eletricidade, conforme regulamento aplicável (Resolução ANATEL 449/2006).
A característica mais relevante do rádio é o fato de possibilitar comunicação instantânea: apenas aperta-se um botão e transmite-se a mensagem, em tempo real, pois não é preciso discar, digitar sequências de números ou letras, nem depender de torres, que numa emergência podem não funcionar, como no caso da telefonia móvel, por exemplo.
Em situações onde segundos fazem a diferença para salvar uma vida — e um minuto é uma eternidade — o uso da radiocomunicação pode ser fundamental.
O Brasil, que desde 1920 é signatário e participante da UIT, estabeleceu em seu território muitas normas, decisões e recomendações emanadas por fóruns e grupo de estudo, como por exemplo, ao exigir que aeronaves e embarcações, devem possuir equipamento radiodifusores.O patrono do radioamadorismo no Brasil é Roberto Landell de Moura, nascido em Porto Alegre, aos 21 de janeiro de 1861 e falecido em 30 de junho de 1928.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil possui uma Rede Nacional de Emergência de Radioamadores - , RENER, que, criada pela Portaria Ministerial M 1-302, em 24 de outubro de 2001, tem o objetivo de suprir os meios de comunicações usuais, quando não for possível acioná-los devido a desastres, situações de emergência ou estado de calamidade pública.
A atividade é regulamentada por lei federal e a categoria presta serviços de voluntariado à sociedade, na área de comunicação via rádio, sendo que o radioamadorismo não tem fins lucrativos e os integrantes da LABRE reclamam que o trabalho ainda é pouco conhecido e não é valorizado na sociedade.
Apesar disso, é inegável que o Radioamadorismo, ao longo dos tempos e no mundo todo, tem demonstrado a sua importância no meio das comunicações, quando chamado para ajudar em situações nas quais o seu serviço humanitário seja colocado à disposição das autoridades e em benefício da população, especialmente salvando vidas.
LIGA DE AMADORES BRASILEIROS DE RÁDIO EMISSÃO
Modelos de rádio em uso no país:
(Produzido com a colaboração de um amigo radioamador)