Meu Blog transformou escrever um hábito saboroso...eu sei que ultimamente tenho produzido bem pouco...é a falta de tempo e às vezes, de inspiração também. Mas, arrumar coisas legais etc, enfim interagir por este espaço tem se transformado numa tarefa agradável e de todo modo, vou aqui mostrando um pouco do meu jeito de ser e pensar. Não posto imagens de crianças, considero abusiva a exposição infantil por qualquer adulto, lembrando que elas não tem poder de consentimento para serem expostas. Continuo insistindo em selecionar o que for de meu agrado, mas espero que também seja do gosto de quem lê, acompanha o meu Bloguinho. Através do tempo, continuo sintetizando-me assim: insisto em praticar a fidelidade como princípio de vida; não sou doce, não sou submissa do mundo, sou dócil para quem eu amar e me amar também: o que acontece sem uma correspondência total e bionívoca não me atrai...prefiro emoções à matéria; não sou adepta de parcerias de coleiras, não estou em gôndolas, sou extremista e radical nas idéias; não sou deslumbrada nem deliro com impossibilidades, o que tenho me basta e me situa. Acredito no amor, sei que é o melhor presente da vida, por isso respeito quem eu amar, o amor que dou e o que recebo: para mim, submissão é sinônimo de amor sempre. Não invento alegrias falsas, sou naturalmente alegre e simples no meu jeito de viver. Neste mundo, dou-me o direito de curtir a quebradeira de um funk bom e não fico parada no batuque do samba. Uma das coisas que mais me incomoda é a falta de compromisso com tudo na vida, que muitas vezes se encontra por ai. Enfim, eis me aqui, sou assim: eu VIVO!


1 de jul. de 2011

FAVELA, Ô FAVELA

Outro dia numa conversa sobre tudo, surgiu esse assunto...afinal, qual a origem do nome FAVELA? Bom, de curiosidade, resolvi pesquisar e o resultado posto aqui...

Confesso que eu não sabia, mas o nome científico da Favela é Cnidoscolus phyllacanthus , ou seja uma árvore, oriunda nos tabuleiros rasos e pedregosos dos sertões mais secos do Nordeste, irregularmente esgalhada, com pequenos acúleos no limbo e espinhos nas nervuras. As picadas dos espinhos da favela provocam inflamações dolorosas, demoradas e, se atingem uma articulação, podem até aleijar a parte afetada, porém a grande importância da Favela está em suas sementes, dando a esta planta uma posição destacada como produtora de óleo alimentício e de farinha, esta rica em sais minerais e principalmente em proteínas.



Mas, mas, qual a relação dessa árvore com o que chamamos de Favela hoje? Isto é, aglomerado de construções urbanas, sem infra-estrutura, geralmente ocupada por populações de baixa renda?
Bem...esse significado, nos remete à Guerra de Canudos, ocorrida no Brasil entre o século XIX  e XX.

Liderados por Antônio Conselheiro,, entre 1896 e 1897, milhares de sertanejos, cansados da humilhação e dificuldades de sobrevivência na região do  Nordeste, repleta  de latifúndios improdutivos e  terras secas, criaram a cidadela de Canudos, no interior da Bahia, revoltando-se contra a situação em que viviam. Em Canudos, muitos se instalaram nos arredores de alguns morros, entre eles, o MORRO DA FAVELA, assim batizado em homenagem a esta árvore, que encobria a região.
A República nacional, estava instaurada recentemente e com receio de que o acontecimento afetasse as suas  bases, realizou-se, com maciço apoio popular, um massacre em Canudos, e o resultado foram milhares de mortes, torturas e estupros em abundância, fato este conhecido com um dos mais sangrentos episódios da história militar brasileira.

Porém, jamais se poderia imaginar que a revolta de Canudos (um movimento de cunho basicamente religioso no Nordeste), viesse influenciar social e musicalmente o Rio de Janeiro, capital da República à época, que se preparava para passar por grande reforma urbanística.
No século XX, o então Prefeito da cidade do Rio de Janeiro, engenheiro Pereira Passos, iniciou o processso de transformação do núcleo central da cidade em pólo comercial, demolindo habitações coletivas, etc sendo considerado o pai das favelas cariocas.


Coincidentemente, essa região da cidade, era habitada principalmente pela colônia baiana que habitava no Rio de Janeiro: cortiços foram demolidos e a solução foi procurar abrigo na Zona Norte e nos morros da região, onde os primeiros barracões começaram a aparecer.
Diz-se então que a campanha de Canudos não fez apenas a guerra, mas também, contribuiu para o amor.

Ao regressarem para o Rio de Janeiro, alguns soldados republicanos deixaram de receber seus soldos,uniram-se a criolas baianas, e, por falta de condições de vida mais digna, instalaram-se em casas de madeira, provisórias, sem nenhuma infraestrutura, nos morros da cidade, primeiramente no chamado Morro da Providência ao qual passaram a chamar de FAVELA, relembrando as péssimas condições que encontraram em Canudos.
A eles se juntaram muitos dos sobreviventes de Canudos, que migraram para o Rio de Janeiro, em navios ofertados pelo poder público (como forma de enfraquecer o foco de resistência) e resolveram recomeçar a vida na capital do RJ.  Lá, a primeira orientação foi a dos patrícios que já moravam na cidade, a maioria nos morros...os novos vizinhos lembravam sempre do seu Morro da Favela e assim, sem se aperceberem, criaram a denominação que se tornou genérica: FAVELA passou então a ser o nome de todos os locais onde aquele tipo de habitação: sub-moradias que já eram utilizadas a alguns anos pelos escravos libertos, os quais, sem condições financeiras de viver nas cidades, começaram também a habitar as encostas. A partir do século XX, todos estes agrupamentos passaram a chamar-se FAVELAS.


É bom lembrar que não é só no Brasil que estão as maiores favelas, também existem em grande números, no México, na Colômbia, no Peru, na Venezuela e até na Espanha, provando que esse fenômeno social não é apenas criação exclusiva dos países subdesenvolvidos ou emergentes da América Latina, ou seja...do terceiro mundo.

(Espero que minha postagem também tenha matado a curiosidade de outras pessoas : - )