Meu Blog transformou escrever um hábito saboroso...eu sei que ultimamente tenho produzido bem pouco...é a falta de tempo e às vezes, de inspiração também. Mas, arrumar coisas legais etc, enfim interagir por este espaço tem se transformado numa tarefa agradável e de todo modo, vou aqui mostrando um pouco do meu jeito de ser e pensar. Não posto imagens de crianças, considero abusiva a exposição infantil por qualquer adulto, lembrando que elas não tem poder de consentimento para serem expostas. Continuo insistindo em selecionar o que for de meu agrado, mas espero que também seja do gosto de quem lê, acompanha o meu Bloguinho. Através do tempo, continuo sintetizando-me assim: insisto em praticar a fidelidade como princípio de vida; não sou doce, não sou submissa do mundo, sou dócil para quem eu amar e me amar também: o que acontece sem uma correspondência total e bionívoca não me atrai...prefiro emoções à matéria; não sou adepta de parcerias de coleiras, não estou em gôndolas, sou extremista e radical nas idéias; não sou deslumbrada nem deliro com impossibilidades, o que tenho me basta e me situa. Acredito no amor, sei que é o melhor presente da vida, por isso respeito quem eu amar, o amor que dou e o que recebo: para mim, submissão é sinônimo de amor sempre. Não invento alegrias falsas, sou naturalmente alegre e simples no meu jeito de viver. Neste mundo, dou-me o direito de curtir a quebradeira de um funk bom e não fico parada no batuque do samba. Uma das coisas que mais me incomoda é a falta de compromisso com tudo na vida, que muitas vezes se encontra por ai. Enfim, eis me aqui, sou assim: eu VIVO!


24 de fev. de 2014

BALADA DE AMOR NA PRAIA



Ai como sofre o corpo que se esfrega
no corpo que se entrega e não se entrega
é como a convulsão da preamar
a querer atirar o mar no ar
a onda rija bate como espada
nos musgos da mulher ensolarada
guelras arfantes pernas semifusas
grifam sombras morenas de medusas
e a verde rocha em V vê o duelo
do peixe azul fisgado no amarelo
compondo um bicho humano sobre a praia
que se desfaz em rendas e cambraia
moluscos musculares do desejo
decápode do homem – caranguejo
anêmonas e polvos complacentes
a resvalar abismos inocentes
como se amar no mar fosse encontrar
nossa animalidade elementar
ou fosse o ser na praia
 (duplicado de amor)
bicho de amor do mar gerado
cujas garras fatais persuasivas
deslizam pelas angras sensitivas
pelos quadris que dançam pelos frisos
conjugais – ziguezague de mil guizos –
garras que buscam a melhor textura
no ventre no pescoço na cintura
já quase a devorar a lua cheia
no litoral do céu feito de areia
e o sol diz nomes feios para a lua
pedindo que ela entenda e fique nua
para que possa a coisa hermafrodita
mudar a vida breve e infinita
e quando enfim de amor o bicho – arraia
na confusão voraz freme e se espraia
é como a convulsão da preamar
que conseguiu jogar o mar no ar....