QUE DEUS ME PERMITA...
Estamos iniciando o mês das chuvas e das flores e parece que este ano, elas virão em profusão, beleza e perfume. O mês de setembro
inicia a minha época favorita do ano, que é o
verão. Gosto da harmonia desse tempo, entre perfumes, calor, ar seco e limpo.
Como diz uma amiga, estou me permitindo ou, com certeza, Deus está me permitindo
esquecer um período nebuloso de minha vida, onde convivi com pessoa que
jamais me considerou, nunca me respeitou
e em momento algum valorizou o sentimento profundo de amor que eu sentia por ela.
Infelizmente a pessoa se achava (e sei ainda se acha), acima do bem e do mal, capaz
de julgar os outros, conforme a sua lei, sem jamais observar o enorme erro que
cometia. Aliás, para essa pessoa, erros dela, nunca...só dos outros, é claro.
Em nome de um amor que nunca entendi porque, fui traída, humilhada,
ofendida, destratada, relegada ao quinto plano, deletada de ambientes,
bloqueadas em outros, injusta e impunemente. E quando resolvi dar o mesmo
remédio do bloqueio e do del, a pessoa se portou como se tivesse sido injuriada...interessante observar nos humanos, que o remédio dado a terceiro
sempre é demais para nós mesmos, ou seja: pimenta nos olhos dos outros, é
refresco.
Mas, como eu disse acima,
estou me permitindo devagar e progressivamente, esquecer essa história de
horror, onde fui vítima de alguém que não cabe na própria pele e necessita com
veemência, expandir-se para o lado da galinhagem explícita, doa a quem doer.
Jamais fui acolhida em meus sentimentos; nunca tive o respeito dessa pessoa,
nunca fui agradada, querida por ela, porque se tivesse sido, realmente, ela não
sentiria necessidade de viver ajoelhado aos pés de outras mulheres, se
oferecendo como "o último biscoito do pacote", de uma forma vil,
nojenta, interminável e desprezível. Resumindo, se me apreciasse não agiria a
favor de tudo o que eu condeno e abomino, porque amor de casal é parceria onde
só cabem dois.
Hoje, olhando para trás, recordando um passado recente, noto como fui uma grande tola...como joguei fora um tempo enorme de dedicação e amor. Amor sem retorno, carinho em vão...
Entretanto, inocento a pessoa, pois acredito que ninguém é obrigado a corresponder ao sentimento que outra pessoa nutre: isso só ocorre de forma natural e consequente, quando dois seres querem ser gostados...mas há pessoas que não curtem ser amadas por apenas uma outra, preferem o balcão de frios do facebook ou o estoque das gôndolas dos chats...
Não nego a dor nem a mágoa profunda que ficou, como resultado de tanta doação, em troca de nada...mas não ignoro que estou gradativamente me desapegando de um sentimento que eu inventei de sentir: já não há mais tempo para lamentação, tenho procurado estar em ambientes sadios, seguros, onde sou acolhida por pessoas amistosas e íntegras, estou adquirindo novas amizades e novos hábitos...
Enfim, após um longo período de trevas, estou me permitindo esquecer e voltar a sorrir. E me sinto feliz por isso.